Terapia celular no acidente vascular cerebral
MENDEZ-OTERO, Rosalia; GIRALDI-GUIMARAES, Arthur; PIMENTEL-COELHO, Pedro M. e FREITAS, Gabriel R.. Terapia celular no acidente vascular cerebral. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online]. 2009, vol.31, suppl.1, pp. 99-103. Epub 22-Maio-2009. ISSN 1516-8484.
“As doenças que acometem o Sistema Nervoso Central (SNC) figuram entre as de maior prevalência, mortalidade e morbidade, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, e dentre todas destaca-se o acidente vascular cerebral (AVC).” (p.99)
“No Brasil, dados do SUS mostram que os AVCs (isquêmicos e hemorrágicos) representam a maior causa de morte com cerca de 90 mil casos/ano. Além da alta mortalidade, o AVC representa a maior causa de incapacitacão em adultos, gerando um alto gasto para os sistemas de saúde.” (p.99)
“O objetivo terapêutico na fase aguda e subaguda do AVC é proteger os neurônios em risco, enquanto, após este período, as terapias visam principalmente aumentar a capacidade de regeneração endógena do SNC e conseqüentemente diminuir as sequelas funcionais.” (p.99)
“Células-tronco são células capazes de originar células semelhantes a elas (autorrenovação) e também podem dar origem a diferentes tipos celulares.” (p.99)
“As células-tronco embrionárias humanas são obtidas a partir da massa celular interna de blastocistos. Devido à sua alta capacidade de autorrenovação, que permite a obtenção de
um número elevado de células, e à sua pluripotencialidade, dando origem a células de todos os tecidos, estas células são consideradas a fonte ideal para terapias celulares que visem a
substituição de tecidos perdidos em lesões ou doenças.” (p.100)
“As células-tronco adultas têm baixo potencial de proliferação e são consideradas menos potentes, pois, em geral, só dão origem às células do tecido do qual foram obtidas. Nesta
categoria estão incluídas as células de sangue de cordão umbilical, as de medula óssea e as células-tronco existentes dentro de cada tecido adulto, incluindo o sistema nervoso.” (p.100)
“O sistema nervoso apresenta determinadas características que tornam as terapias celulares particularmente difíceis, principalmente se o objetivo que se tem em mente é a utilização de células-tronco para substituir células perdidas em uma determinada doença ou lesão neurológica.” (p.100)
“... Por outro lado, em outras doenças, a perda celular é limitada a uma região e a um
tipo específico de neurônio, como é o caso da doença de Parkinson.” (p.100)
“O modelo mais utilizado tem sido a obstrução permanente ou temporária da artéria cerebral média (MCAO, do inglês middle cerebral artery occlusion). Neste modelo, a
análise histológica da área cerebral infartada apresenta uma região central (centro) onde ocorre morte por necrose e uma região periférica (penumbra) na qual células em apoptose
podem ser observadas por vários dias após a isquemia.” (p.101)
“A vantagem da utilização destas células em relação a outros tipos é a possibilidade de terapia celular com células retiradas da medula óssea do próprio paciente, o que elimina
todas as questões éticas e de disponibilidade. Células do sangue de cordão umbilical humano também foram utilizadas em modelos de AVC com resultados funcionais semelhantes aos das células da medula óssea.” (p.101)
“Outras vantagens da terapia celular com células autólogas incluem a ausência de rejeição e o seu pequeno potencial de diferenciação, o que minimiza a possibilidade de formação de tumores. As células de medula óssea têm sido utilizadas logo após a retirada da medula (a denominada fração mononuclear) ou após diversas etapas de expansão em cultura (células mesenquimais de medula óssea)...” (p.102)
“Há duas abordagens básicas nas terapias celulares em pacientes com AVC. A primeira se baseia na mobilização de células endógenas através de fatores tróficos. Os dois fatores que têm sido utilizados são a eritropoietina (EPO) e o fator estimulador da formação de colônias de granulócitosmacrófagos (G-CSF).” (p.102)
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